Pixel Show fomenta economia criativa no DF

    0
    9


    O subsolo da Arena BRB Mané Garrincha recebe milhares de pessoas de todas as idades para interagir com as mais de 160 atrações do Pixel Show. Na 19ª edição, mas a primeira em Brasília, o festival visa democratizar a economia criativa, ao mostrar o quanto ela é acessível. De acordo com pesquisa de mestrado da Universidade Católica de Brasília, 3,5% do PIB do DF (mais de R$ 9 bilhões) foram gerados por 130 mil agentes criativos locais.

    Segundo o governo federal, 7% dos trabalhadores no Brasil atuam em áreas como produções artísticas e culturais, desenvolvimento de games, artes visuais e plásticas, mídias audiovisuais e interativas, design e serviços criativos. Especificamente sobre o mercado de games, o último estudo da Associação Brasileira de Games (Abragames), realizado em 2023, revela que o Brasil conta com 1.042 estúdios ativos. Desses, 17% operam há mais de 10 anos, enquanto 19% têm menos de dois anos de atividade. Além disso, 85% dos estúdios já fazem parte da economia formal.

    Aliada à ciência e à tecnologia, a economia criativa encontra, em Brasília, espaço para atuar no campo de serviços | Foto: Divulgação/Secti-DF

    “Hoje em dia, a economia criativa está integrada à ciência e tecnologia. No país, e especialmente em Brasília, além dos setores públicos, esse segmento tem se destacado como o maior gerador de empregos e impulsionador da economia local e nacional. A chegada do Pixel Show à capital federal fortalece ainda mais a contribuição para o PIB do Brasil e, como Brasília não possui indústrias, o fortalecimento de setor de serviços, especialmente os ligados à economia criativa, representa a oportunidade ideal para toda a sociedade brasiliense”, explica Tonico Novaes, sócio do Pixel Show.

    O festival mostra o quanto um hobby pode se transformar em profissão e se tornar a principal fonte de renda das pessoas. “Depois eu comecei a faculdade, parei de jogar. Com a pandemia, muitas obras em São Paulo foram paralisadas e precisei buscar uma renda extra. Foi quando descobri os jogos de realidade virtual, como o laser tag, em que os jogadores usam óculos de VR. Formei uma parceria com um estúdio vietnamita e trouxe essa tecnologia para o Brasil”, conta o arquiteto Wilker Marcelino, 31 anos, sócio e proprietário da Virtual Arenas. Criada há dois anos, com um investimento de R$ 50 mil, a empresa tem faturamento de R$ 400 mil.

    “O Distrito Federal tem mais de 130 mil pessoas envolvidas na indústria criativa, que vão de designers, a artistas e startups que desenvolvem games”

    Leonardo Reisman, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação

    A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal (Secti-DF) trouxe o Pixel Show à capital federal por ser o principal evento do ecossistema de economia criativa da América Latina. Segundo o secretário da pasta, Leonardo Reisman, “o Distrito Federal tem mais de 130 mil pessoas envolvidas na indústria criativa, que vão de designers, a artistas e startups que desenvolvem games. Nós acreditamos que o Pixel Show é um evento diferente, já que não traz apenas exposições, mas, experiências. Sem dúvida ele pode se tornar referência em economia criativa da nossa cidade”.

    Não é só em devices que a economia criativa se manifesta e o Pixel Show mostra essa mescla. Em tamanho natural (5 metros de altura por 3 metros de largura), um dos espaços mais visitados do evento é o Sobradinho, do artista plástico Sérgio Free. Quem passa por lá está posando para fotos na janela, ao lado do palhaço Bozo. Nascido em Jequié (BA), Sérgio foi com a família para São Paulo com 4 anos de idade e sofreu bullying na escola por causa do sotaque. A família se instalou no Tucuruvi, bairro da capital paulista, onde fez amigos com o grupo de pichadores. Foi assim que ele começou a expressar a sua arte, aos 11 anos.

    “Fazer essa instalação no Pixel Show foi muito importante, porque me remete à memória de infância, aos primeiros sobradinhos que vi quando cheguei em São Paulo. Há 7 anos eu vivo da minha arte e estar aqui é uma forma de mostrar a evolução do meu trabalho. O convite de expor em um festival dessa magnitude valoriza o currículo. Para mim, o evento traz um mar de inspiração, criatividade e novas informações”.

    Nascida em Brasília, Maira Amaro, de 24 anos, foi conhecer o Pixel Show. “Estou amando, por ser um evento ainda maior do que eu imaginava, e com muitos nomes importantes como o do David Carson, que por sinal foi uma das palestras a que mais gostei de assistir. Estou ansiosa para vir conferir a programação do último dia”.

    Além dos brasilienses, pessoas de vários estados vieram à capital federal para curtir o festival. Camila Maximo, empreendedora, e seu filho Caio, vieram de São Carlos (SP), a 10 horas de viagem de Brasília, só para prestigiar o evento e aproveitar os conteúdos das palestras.

    “Essa é a minha terceira vez no Pixel. Eu participei de duas edições em São Paulo e agora estou aqui em Brasília. Nós viemos para aprender, ver as tendências e novidades. A participação no evento sempre é uma oportunidade única de se abastecer com ideias, como o slogan do festival diz. Sempre levamos muita informação, e isso significa muito. Todas as palestras têm sido muito boas, inclusive essa é a segunda vez que consigo assistir ao conteúdo do David Carson, e é sempre incrível saber a visão dele e a forma como trabalha.”

    *Com informações da Secti-DF

     



    Source link

    LEAVE A REPLY

    Please enter your comment!
    Please enter your name here